Alto Rio Doce-MG
Alto Rio Doce é um município
com aproximadamente 12.158 habitantes, localiza-se na região da Zona da Mata. Sua
economia é principalmente agropecuária. É a comarca e tem os distritos de
Abreus, Missionário e Vitorinos, além da sede. Situada em região montanhosa,
possui riquezas naturais como as cachoeiras formadas pelo rio Xopotó que, mais adiante,
se transforma no Rio Doce.
A cona banhada pelo rio
Xopotó era habitada pelas tribos indígenas Croatás e Puris, de origem tupi.
Difícil é saber-se qual o primeiro explorador ou os primeiros aventureiros que
se penetraram nos sertões do Xopotó.
Em 1698, Itaverava foi
descoberta. Em 1704, João Siqueira descobre as minas de Guarapiranga, origem da
atual cidade do Piranga. Partem destes dois pontos e nos limites destas duas
datas os primeiros exploradores dos vales do Xopotó. Os bandeirantes do
Itaverava, em conquista à região do Xopotó, dividiam-se em grupos, para
novamente se reunirem em certo e determinado ponto, onde esperavam uns pelos
outros e este local ficou conhecido pelo nome de Espera.
Em 1759, José Alves Maciel
chegou à região para tomar posse de uma sesmaria, denominando sua residência de
Xopotó Acima, mais tarde Contrato. Casou-se com D. Vivência Maria de Oliveira,
mulher que muito influenciou para a construção da primeira Capela e a doação de
terras para a atual cidade de Alto do Rio Doce. A sesmaria de terras
transformou-se em fazenda e passou a denominar-se Fundão, e posteriormente com
a construção da capela, passou a chamar-se Sítio São José. Com a fixação de
mais moradores, fundou-se o povoado de São José do Xopotó, em 1764, onde foi
construída a primeira Capela de São José, no alto do morro seco, desenvolvendo
ali o povoado núcleo da cidade. Posteriormente passou a denominar-se “Contrato”,
nome que ainda hoje conserva, e assim ficou conhecida pelo fato de ter a
fazenda passado à propriedade do Tenente-coronel José Ferreira Marques,
contratador das estradas no caminho novo das Minas Gerais. É, pois a fazenda do
Contrato o berço da atual cidade de Alto do Rio Doce.
Em 1820 foi construída pelos
moradores uma Capela maior no lugar onde hoje está a Igreja Matriz. Em 1832 foi
elevado à Freguesia. Em 1882 a Capela foi demolida e foi construída em seu
lugar uma Igreja de duas torres. Entre 1917 e 1919 essa Igreja foi demolida e
construída a atual Igreja Matriz de São José. O nome de São José do Xopotó
permaneceu até a emancipação política do município. Quando foi elevado à categoria
de Vila, a Sede Municipal passou a denominar-se Alto do Rio Doce, por ser
naquela época a mais alta cidade localizada na zona das cabeceiras do Rio Doce.
Em 1892, foi elevada a categoria de cidade.
Igreja Matriz
Atualmente
a cidade é famosa pelo seu carnaval de rua que atrai milhares de turistas todos
os anos. A Exposição Agropecuária que ocorre no mês de julho também é outro
evento turístico da cidade. A festa religiosa de São José é o terceiro evento
mais conhecido na cidade e logo após a festa, ocorre o Encontro do
Altoriodocense Ausente que reúne os conterrâneos que estão espalhados por todo
o Brasil.
Carnaval em Alto Rio Doce
Doces lembranças do
Xopotó...
Em
Alto Rio Doce
Às
margens do Xopotó
Minha
vida era como o Alto Rio,
Doce,
como ela, ela só!
Vida
feliz de criança
Na
fazenda da vovó
Tempo
bom o que eu vivi
Às
margens do Xopotó
De
manhã, leite fresquinho
Com
mel, no canecão
De
dia, era só brincadeira
À
noite, “casos” junto ao fogão
Brinquedos
de coisas simples
Nada
comprado, não!
Escorregávamos
em qualquer barranco
Sujando
todo o calção
Goiabada,
araçá e manga
Lá
havia de montão
No
calor, banho na bica
No
frio, de bacia e canecão
Passeios
em carro de boi
Ou
a cavalo – manso ou trotão
E
para aumentar a alegria
Um
“toque” de violão
Os
amigos eram sinceros
Sem
nenhum interesse não
O
sol clareava o dia,
Lua
e estrelas, a escuridão
De
flores era o meu caminho
De
gramas era o meu chão
Contente
eu vivia a vida
Feliz
era o meu coração
Não
tinha medo de gente
Apenas
de assombração!
Minha
vida era só sonhos
Não
havia qualquer frustração.
E
toda vez que disso me lembro
Não
consigo conter a emoção
Os
olhos ficam cheios de lágrimas
Bate
mais forte o coração
E
na garganta um grande nó
Saudade
dos tempos felizes
Na
fazenda da vovó,
Saudade
do meu velho amigo
Saudades
do bom Xopotó.
Mena Moreira
05/04/2005