Cultura
Mineira
A diversidade cultural de Minas Gerais é uma das riquezas e um dos patrimônios mais importantes do Brasil. E se delimitarmos apenas a produção cultural dos seus 835 municípios, chegaremos a uma infinidade de elementos, muitas vezes desconhecidos pelos moradores locais, como pelos habitantes dos outros estados.
Muito mais do que explorar
turisticamente e economicamente os aspectos culturais de Minas Gerais, deve-se
ter em mente que é necessária a valorização de todos os bens culturais e a
apropriação desses, por parte de quem vive no estado, para que então seja
reconhecida a dimensão simbólica e cidadã que o patrimônio cultural tem.
O Estado de Minas Gerais detém boa
parte do patrimônio histórico nacional e suas cidades centenárias contêm
importantes registros materiais que narram episódios importantes da história do
Brasil além de serem palco para manifestações artísticas. O Estado também reúne
enorme acervo arquitetônico e artístico do período colonial preservado nas
cidades de Ouro Preto, Diamantina e Congonhas do Campo, verificado pelas obras
em estilo Barroco, nas quais se destacam os trabalhos de Antônio Francisco
Lisboa, o Aleijadinho, e Mestre Athaíde.
As manifestações
folclóricas em Minas têm suas origens nas tradições, nos usos e costumes dos
colonizadores portugueses, com forte influência das culturas indígena e
africana. Essas influências estão presentes no artesanato, na culinária, nas
danças típicas, nas músicas, na literatura, e no folclore, com as manifestações
populares. Em contraposição a esse aspecto cultural tão ímpar e tradicional,
Minas também é um estado de aspectos modernos e contemporâneos verificados na
tecnologia, nas artes, na arquitetura, música e teatro que se fazem atingíveis
em todo o Brasil, com reconhecimento internacional.
Minas é um estado que
soube usar todas as suas influências, que soube atrair olhares para sua região,
que resultaram na produção de uma sociedade tão autêntica nas suas
manifestações e expressões culturais. No campo do folclore, as crendices e
superstições dos mineiros são cultivadas de geração em geração, como por
exemplo, a crença de que deixar roupas pelo avesso causa “atrasos à vida”. A
medicina popular também é outra marca de Minas, com a procura por benzedeiras
para fazer chás, simpatias, banhos e benzimentos com a finalidade de solucionar
problemas de saúde.
A culinária mineira
com seus pratos deliciosos (feijão tropeiro, o angu de milho verde ou de fubá
com frango, a paçoca de carne seca, farofas) cria hábitos e costumes na sua
população. Culinária essa que caracteriza-se por ser agradável e se unir à
hospitalidade conhecida do mineiro, que oferece ao seu visitante seus pratos
típicos que atravessaram séculos e encontram-se em muitas das mesas mineiras.
Em algumas cidades do interior, costuma-se preparar a quitanda, onde vários
quitutes (bolos, pão de queijo, biscoitos etc) são preparados juntos
aproveitando o calor do forno à lenha. As comidas mineiras são a mistura de
influências das comidas indígenas, dos escravos africanos, dos portugueses, dos
tropeiros.
e Minas saíram várias maneiras do
mundo, do próprio estado e do Brasil serem lidos, através das páginas de
escritores mundialmente conhecidos, como Carlos Drummond de Andrade. De Minas,
floresceram os ideais de liberdade que espalharam-se pelo Brasil. Foram feitos
pratos ao sabor mineiro para o Estado ser saborosamente degustado, saíram
formas do mundo ser representando, pelas mãos de Aleijadinho, e o sonho do
homem voar surgiu da criação de Santos Dumont, sem mencionar os grande feitos
de Pelé no futebol.
A listagem de bens materiais mineiros
que estão na Lista do Patrimônio Mundial reconhecidos pela Unesco é extensa.
Outros patrimônios foram tombados na esfera nacional, através do IPHAN
(Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico Nacional), estando localizados
nas cidades de Ouro Preto, Congonhas do Campo, Belo Horizonte, em Sabará, em
Cataguases etc. Sendo esses patrimônios representados por conjuntos
arquitetônicos de importância e referência histórica, conjuntos paisagísticos,
diversas igrejas, capelas e imagens sacras.
Talvez o jeito
mineiro seja muito mais do que o jeito tranquilo e agradável de falar. É o
jeito de se expressar, de se fazer representar. O jeito mineiro vai além do
tradicional pão de queijo, vai além das diversas igrejas e imagens tombadas
como patrimônio cultural, vai além da arquitetura. Influenciados por diversos
costumes construídos através do tempo e das relações sociais, e apurados pelas
fronteiras com outros estados, os mineiros foram construindo seus hábitos. E a
partir de tudo isso foi produzida a cultura mineira, com diversos ingredientes
se mesclando continuamente.
Fonte:www.portalsaofrancisco.com.br
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